ELETIVA Círculo de Leitura –
Biografia de Cazuza
Cazuza, cujo nome completo era
Agenor Miranda de Araújo Neto, foi um cantor e compositor brasileiro
que se destacou na cena do rock e MPB dos anos 80 e 90. Nasceu no Rio de
Janeiro em 1958, e faleceu em 1990 com apenas 32 anos.
- Inicialmente, Cazuza explorou outras
áreas, como a fotografia e o teatro, antes de se dedicar totalmente à
música.
- Em 1981, juntou-se à banda Barão Vermelho,
liderada por Dé Palmeira, Roberto Frejat, Guto Goffi e Maurício Barros,
onde se tornou vocalista.
- Em 1985, Cazuza deixou o Barão Vermelho e
iniciou sua carreira solo, lançando discos como "Cazuza" e
"Ideologia", que se tornaram grandes sucessos.
- Em 1989, publicou a notícia de que era
soropositivo, abrindo um importante debate sobre AIDS e conscientizando a
população.
- Lançou o álbum "Burguesia" em
1989, que foi seu último registro em vida, e faleceu em 1990.
- Seu legado inclui músicas como
"Brasil", "Ideologia" e "Faz parte do meu
show", que se tornaram hinos de uma geração.
- Cazuza foi reconhecido como um dos
principais compositores da MPB e do rock brasileiro, com sua voz marcante
e letras que abordavam temas sociais e políticos.
- Seu trabalho revolucionou a música
brasileira, influenciando muitos artistas e deixando um rastro de poesia e
rebeldia. Cazuza se tornou um ícone da cultura brasileira, sua
história e legado permanecem vivos na memória coletiva e no coração de
muitos fãs.
Biografia de Cassia Eller
Cássia
Eller (1962 — 2001) foi uma cantora do rock brasileiro, que fez um grande
sucesso nos anos 90. Seu interesse pela
música começou muito cedo, quando ganhou um violão de presente, aos 14 anos, e
tocava principalmente músicas dos Beatles.
Em sua trajetória, cantou em coral, fez
testes para musicais, trabalhou em óperas, e foi até cantora de um grupo de
forro
Cássia Eller teve uma carreira muito
curta, com dez álbuns gravados ao longo de doze anos de carreira. Foi apenas em 1989 que sua
carreira decolou. Ajudada pelo tio, gravou uma fita demo com a música "Por
Enquanto" de Renato Russo. Este tio trouxe a fita para a PolyGram, o que
resultou na contratação de Eller pela gravadora. Sua primeira participação em
um disco foi em 1990, no álbum de Wagner Tiso intitulado "Baobab".
Frases e Pensamentos de Cassia Eller
Ando por
ai, querendo te encontrar em cada esquina paro em cada olhar, deixo a tristeza
e trago a esperança em seu lugar. Que o nosso amor pra sempre viva, minha
dádiva quero poder jurar que essa paixão jamais será; Palavras apenas palavras
pequenas palavras ao vento.
Cazuza e Frejat
- Intérprete: Cassia Eller
Quem sabe eu ainda
Sou uma garotinha
Esperando o ônibus
Da escola, sozinha
Cansada com minhas
Meias três quartos
Rezando baixo
Pelos cantos
Por ser uma menina má
Quem sabe o príncipe
Virou um chato
Que vive dando
No meu saco
Quem sabe a vida
É não sonhar
Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança
E não conheço a verdade
Eu sou poeta
E não aprendi a amar
Eu sou poeta
E não aprendi a amar
Bobeira
É não viver a realidade
E eu ainda tenho
Uma tarde inteira
Eu ando nas ruas
Eu troco um cheque
Mudo uma planta de lugar
Dirijo meu carro
Tomo o meu pileque
E ainda tenho tempo
Pra cantar
Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança
E não conheço a verdade
Eu sou poeta
E não aprendi a amar
Eu sou poeta
E não aprendi a amar
Eu ando nas ruas
Eu troco um cheque
Mudo uma planta de lugar
Dirijo meu carro
Tomo o meu pileque
E ainda tenho tempo
Pra cantar
Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança
E não conheço a verdade
Eu sou poeta
E não aprendi a amar
Eu sou poeta
E não aprendi a amar
Quem sabe eu ainda sou
Uma garotinha.
Entendendo
a canção:
01 – No primeiro verso da
canção, qual é a ideia veiculada pela expressão quem sabe?
A expressão quem sabe indica ideia de dúvida, hipótese.
02 – O pronome quem pode
ser usado como indefinido, interrogativo ou relativo. Como ele se classifica
nesse verso?
Como interrogativo. Professor: certifique-se de que os alunos compreendem que
está subentendida uma pergunta: Quem (qual pessoa) sabe se eu ainda sou uma
garotinha?
03 – Poetas e compositores
têm a liberdade de empregar recursos expressivos da língua de acordo com seus
objetivos e, assim, nem sempre seguem as regras da norma-padrão. No primeiro
verso da letra da canção, os autores usam um desses recursos. Qual?
Empregaram o verbo ser no presente do indicativo, quando o adequado, já que se
expressa uma suposição, seria o emprego do presente do subjuntivo: seja.
04 – Se esse primeiro
verso fizesse parte de um discurso de formatura, como a oradora poderia
reformulá-lo para que se adequasse à norma-padrão?
Quem sabe eu ainda seja uma garotinha. / Talvez eu ainda seja uma garotinha.
05 – Príncipes são
personagens frequentes em certo gênero textual. Qual?
Contos de fadas.
06 – Nesse gênero, os
príncipes costumam viver uma situação que aparece invertida na letra da canção.
Qual é ela?
Nos contos de fadas, príncipes transformam-se em sapos, e sapos transformam-se
em príncipes, por obra de bruxas e feiticeiros. Na canção se faz um jogo de
palavras (sapo/chato) que pode ser interpretado como referência ao “homem
ideal” que, com a convivência, se revela uma pessoa previsível e
desinteressante.
07 – Como é a personagem
citada na canção?
Uma
garotinha.
08 – Quais são os seus
desejos?
Deixar
de ser criança, ter um pouco de malandragem, conhecer a verdade e aprender a
amar.
09 – O que ela pede a
Deus?
Um pouco de malandragem.
10 – Descreva como é a
vida da adolescente dessa personagem?
Ela vai para a escola de ônibus, reza baixinho pelos cantos, é poeta,
anda pelas ruas, dirigi, toma pileque e canta.
11 – O que ela nos diz
sobre a sua vida?
Que segue uma rotina, é uma menina má e pede a Deus um pouco de
malandragem.
12 – Fale agora um
pouquinho sobre você e comente sobre os seus próprios desejos.
Resposta
pessoal do aluno.
13 – Qual a mensagem que a música quer nos
passar?
Significa,
que a garotinha adquiriu o conhecimento bastante... para viver uma vida
diferente, na malandragem.
Questões argumentativas
1. A personagem da música
afirma: "Eu só peço a Deus um pouco de malandragem". O que você
entende por “malandragem” nesse contexto? Por que ela deseja isso?
Neste contexto, “malandragem” não está associada a atitudes desonestas, mas sim
à esperteza, jogo de cintura e maturidade para lidar com as dificuldades da
vida. A personagem, se sentindo imatura e confusa diante do mundo adulto, pede
a Deus esse “algo a mais” para conseguir se adaptar e enfrentar a realidade de
forma mais segura e inteligente.
2. A música apresenta uma
personagem dividida entre a infância e a vida adulta. Comente como essa
dualidade é expressa na letra e o que ela revela sobre os sentimentos da
personagem.
A dualidade aparece quando a personagem se descreve como uma “garotinha”, mas
também menciona atitudes típicas de adultos, como dirigir, trocar cheque e
beber. Isso revela uma pessoa em conflito, que se sente insegura, incompleta e
perdida entre o desejo de crescer e a saudade ou proteção da infância. Essa
fase de transição é comum na adolescência, o que aproxima a personagem dos
jovens ouvintes.
3. A frase “Eu sou poeta e
não aprendi a amar” se repete ao longo da canção. Qual é a possível intenção
dessa repetição? O que ela sugere sobre a personagem?
A repetição enfatiza a ideia de incompletude e sensibilidade da personagem. Ao
se identificar como poeta, ela se mostra emocional e reflexiva, mas confessa
não ter aprendido a amar, o que pode simbolizar inexperiência, medo ou
sofrimento emocional. A repetição reforça esse sentimento de busca por
autoconhecimento e amadurecimento.
4. A música retrata um
sentimento de insatisfação com o “príncipe encantado” que “virou um chato”. O
que essa crítica representa em relação às idealizações da juventude e à
realidade da vida adulta?
A crítica representa a frustração com sonhos e fantasias típicas da infância,
como o “príncipe encantado”, que não se concretizam como o esperado na vida
real. Essa desilusão mostra a transição para uma visão mais crítica e realista
das relações, indicando o amadurecimento da personagem e a perda de certas
ilusões juvenis.
5. Considerando a letra como
uma expressão artística da juventude, quais aspectos da adolescência você
identifica nela? Você se sente representado(a) por algum deles? Justifique.
(resposta pessoal):
A música expressa dúvidas, angústias, desejo de independência e conflitos
emocionais — sentimentos comuns na adolescência. Muitos jovens se identificam
com a vontade de crescer, mas também com o medo das responsabilidades. A
resposta será pessoal, mas deve ser justificada com base em elementos da letra
e vivências do estudante.
6. O que a personagem quer
dizer quando diz "sou uma garotinha esperando o ônibus da escola,
sozinha"? Essa imagem transmite quais sentimentos?
A imagem remete à vulnerabilidade, solidão e insegurança. Representa uma fase
da vida em que a personagem se sente indefesa diante do mundo, evocando a
infância ou adolescência como um tempo de espera e incerteza.
7. Por que a personagem
afirma que precisa de “um pouco de malandragem”? O que isso representa em
relação ao crescimento pessoal?
Ela sente que falta maturidade emocional e jogo de cintura para enfrentar os
desafios da vida. “Malandragem” aqui simboliza sabedoria prática, esperteza e
independência – características necessárias para lidar com o mundo adulto.
8. A música fala sobre ser
criança e não conhecer a verdade. O que isso diz sobre o processo de
amadurecimento?
Mostra que crescer envolve descobrir verdades difíceis, perder a inocência e
encarar responsabilidades. A personagem ainda se vê como alguém em formação,
que teme ou evita essa transição total para a vida adulta.
9. Em "Bobeira é não
viver a realidade", a personagem critica um certo comportamento. Qual e
por quê?
Ela critica o escapismo, ou seja, viver preso a ilusões ou evitar o presente. A
frase sugere que, apesar das dificuldades, é necessário encarar a realidade e
não se esconder em fantasias ou negações.
10. A personagem descreve
ações típicas de um adulto (trocar cheque, dirigir, beber). Por que isso entra
em contraste com a imagem de “garotinha”?
Esse contraste mostra o conflito interno entre o que ela é e o que deseja ser.
Apesar de realizar atividades adultas, ainda se sente frágil e insegura, como
uma criança. Isso simboliza o processo doloroso e confuso de amadurecer.
11. Na sua opinião, a música
pode ser vista como um retrato da adolescência? Por quê?
Sim. A música aborda dúvidas, desejos de liberdade, inseguranças, conflitos
internos e uma busca por identidade – todos elementos típicos da adolescência.
A personagem simboliza esse momento de transição e descoberta.
12. Reflita sobre a frase
“Eu ainda tenho tempo pra cantar”. O que ela pode simbolizar em meio aos
conflitos apresentados na música?
Pode simbolizar esperança, resistência e liberdade. Mesmo diante de dúvidas e
frustrações, a personagem reconhece que ainda pode se expressar, viver e
sonhar. A música, portanto, também traz uma mensagem de superação e busca de
sentido.