ATIVIDADE
COMPLEMENTAR - 8° e 9°
ano
Leia o texto abaixo e
responda às questões. O Silêncio das Bibliotecas
As bibliotecas públicas foram, por muito tempo, símbolos de acesso
democrático à informação e ao conhecimento. Em meio a prateleiras repletas de
livros e corredores silenciosos, estudantes, pesquisadores e leitores comuns
encontravam um espaço de aprendizado, reflexão e descoberta. No entanto, nas
últimas décadas, esses espaços vêm enfrentando desafios significativos.
A crescente digitalização da informação, a
popularização da internet e o avanço das redes sociais alteraram profundamente
os hábitos de leitura da população. Muitos jovens preferem assistir a vídeos ou
consumir conteúdo por meio de redes como TikTok e Instagram, o que reduz o
interesse pela leitura mais densa e profunda.
Além disso, cortes de verbas públicas e a falta de políticas de
incentivo à leitura comprometem o funcionamento de muitas bibliotecas. Algumas
fecharam as portas; outras funcionam de forma precária. A pandemia de Covid-19
agravou ainda mais essa situação, ao afastar leitores e interromper projetos de
leitura. Apesar disso, iniciativas têm surgido para
revitalizar esses espaços. Clubes de leitura, eventos culturais e ações com
escritores buscam atrair o público jovem. Algumas bibliotecas também têm
investido em tecnologias, como e-books e plataformas digitais. Ainda assim, a
pergunta permanece: será possível reverter o silêncio que se abateu sobre as
bibliotecas? Fonte:
Revista Nova Escola, adaptado.
Questões – Texto 1
1. Qual a ideia central do
texto?
a) Incentivar o uso de bibliotecas digitais.
b) Relatar a rotina de
uma biblioteca escolar.
c) Discutir a situação atual das bibliotecas e
seus desafios.
d) Ensinar como
organizar acervos bibliográficos.
2. O trecho “o silêncio que se abateu sobre
as bibliotecas” expressa:
a) A tranquilidade desses espaços. b) O desinteresse crescente por bibliotecas.
c) A necessidade de silêncio nas bibliotecas.
d) A falta de segurança
nesses locais.
3. Segundo o texto, um dos fatores que
prejudica as bibliotecas é:
a) O aumento no número de bibliotecários.
b) O excesso de livros
antigos.
c) A falta de acesso à internet. d) A preferência por conteúdos digitais.
4. Qual seria uma possível
consequência da falta de políticas públicas de leitura?
a) Redução do número de e-books. b) Aumento na procura por bibliotecas.
c) Fechamento ou precarização das bibliotecas.
d) Crescimento dos
clubes de leitura.
5. Podemos classificar o texto como:
a) Uma reportagem jornalística neutra. b) Um texto opinativo com base em fatos.
c) Uma propaganda de leitura digital. d) Um conto sobre bibliotecas.
Leia o texto abaixo e responda às questões.
A Ilha das Flores
A Ilha das Flores, em Porto Alegre, não é uma ilha paradisíaca.
Trata-se de um aterro sanitário onde toneladas de lixo são depositadas
diariamente. Neste espaço insalubre, há um sistema complexo e cruel: primeiro,
os produtos descartados são disputados por porcos, que pertencem a um
comerciante. Depois, o que os animais não comem é separado por catadores
humanos.
O documentário “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, retrata essa
realidade com sarcasmo e crítica social. Em apenas 13 minutos, o curta expõe o
contraste entre o valor atribuído aos seres humanos e aos animais, levantando
questionamentos sobre consumo, desigualdade e dignidade.
O filme explica que um tomate pode ter vários destinos: ir para a
mesa de uma família, virar molho de pizza ou acabar no lixo. Se acabar no lixo,
pode servir de alimento para um porco, que, por sua vez, é propriedade de
alguém e, portanto, tem dono. Mas e o ser humano que disputa o lixo com o
porco? Esse, muitas vezes, não tem casa, comida ou dignidade — e, na lógica
perversa da sociedade, vale menos do que o animal.
O documentário nos convida a pensar: como é possível aceitar
tamanha desigualdade? Que tipo de sistema é esse em que um porco tem prioridade
sobre um ser humano?
Fonte: Adaptado do
documentário Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado.
6. Qual é o principal objetivo do texto?
a) Descrever o funcionamento de um aterro
sanitário.
b) Apresentar uma crítica social sobre
desigualdade.
c) Promover o filme de Jorge Furtado.
d) Explicar como funcionam documentários curtos.
7. A comparação entre o porco e o ser humano
serve para:
a) Mostrar que ambos são iguais na sociedade. b) Questionar a cadeia alimentar.
c) Criticar a valorização desigual entre humanos
e animais. d) Defender os direitos dos porcos.
8. Segundo o texto, o ser humano que disputa
o lixo:
a) É respeitado por sua força de trabalho. b) Recebe assistência pública.
c) Vive em situação de invisibilidade social.
d) Tem acesso garantido
à alimentação.
9. Qual a causa principal da
situação descrita no texto?
a) A superpopulação humana. b) A má alimentação dos porcos.
c) A desigualdade social. d) A escassez de aterros sanitários.
10. O gênero do texto é:
a) Publicidade institucional. b) Texto poético. c) Resumo técnico. d) Texto opinativo-informativo.
Leia o texto abaixo e responda às questões. O Dia em Que as Abelhas Pararam
Era um dia aparentemente normal quando os cientistas de uma
pequena cidade perceberam algo estranho: as abelhas haviam desaparecido. Sem
elas, as flores não eram mais polinizadas, as plantações começaram a fracassar
e os frutos murchavam antes de amadurecer. Com o passar das semanas, a cadeia
alimentar foi sendo afetada, e os preços dos alimentos dispararam.
O desaparecimento das abelhas não era apenas uma tragédia
ambiental, mas um alerta para a fragilidade do equilíbrio ecológico. As
abelhas, muitas vezes vistas como simples insetos, são responsáveis pela
polinização de grande parte dos alimentos que consumimos. Sem elas, a
agricultura entra em colapso.
Alguns pesquisadores relacionaram o sumiço ao uso indiscriminado
de pesticidas, às mudanças climáticas e à destruição de habitats naturais. A
ação humana, mais uma vez, mostrava suas consequências devastadoras. Diante do
caos, campanhas de conscientização foram criadas, hortas urbanas surgiram, e
alguns países até proibiram determinados agrotóxicos. A luta para salvar as
abelhas se tornou também a luta para salvar a humanidade.
Fonte: Adaptado de matéria publicada na revista Galileu.
11. O texto aborda, principalmente:
a) O ciclo de vida das abelhas. b) O impacto da agricultura no preço dos
alimentos.
c) As consequências do desaparecimento das
abelhas. d) Os hábitos alimentares dos insetos.
12. O que motivou a criação de hortas urbanas
e campanhas?
a) A diminuição da oferta de sementes.
b) A ausência de frutas
exóticas no mercado.
c) O aumento no número de insetos.
d) A escassez provocada
pela ausência das abelhas.
13. O sumiço das abelhas serve como alerta
para:
a) O risco de invasão de novos insetos.
b) A fragilidade do
ecossistema frente às ações humanas.
c) A necessidade de mais mel para o consumo. d) O aumento no uso de máquinas agrícolas.
14. A palavra “colapso”, no contexto, indica:
a) Um crescimento rápido. b) Uma reorganização agrícola.
c) Um sistema em falência. d) Um equilíbrio sustentável.
15. O texto mistura informações e reflexões, o
que é característico de:
a) Receita culinária. b) Relato histórico.
c) Texto opinativo com base científica. d) Entrevista com apicultores.
ATIVIDADE 02 - Leia
o texto e responda às questões.
Como começou a polêmica
dos bebês reborn que incendiou o debate público no Brasil
A
polêmica do bebê reborn no Brasil irrompeu este mês de maio como uma centelha
viral nas redes sociais, mas rapidamente se transformou em combustível para
embates jurídicos, projetos legislativos e discussões sobre saúde mental. O que
parecia uma excentricidade – adultos simulando a maternidade de bonecas
hiper-realistas – revelou-se um espelho perturbador de questões sociais
profundas.
O marco simbólico dessa
controvérsia foi a viralização de vídeos em que mulheres levavam seus bebês
reborn a consultas médicas, ocupavam assentos preferenciais em ônibus e
tentavam atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). As cenas, embora não
confirmadas fora do contexto das redes sociais, provocaram indignação popular e
pressão política imediata.
Em resposta, parlamentares apresentaram pelo menos três projetos de lei para
proibir o atendimento preferencial, o acesso a benefícios sociais e até a
criação de perfis oficiais de bebês reborn em plataformas públicas.
Mas o que consolidou o episódio
como um divisor de águas foi um caso insólito ocorrido em Goiás: um casal
entrou na Justiça pela “guarda” de uma boneca reborn. A peça, avaliada em mais
de R$ 3 mil, possuía enxoval próprio, perfil nas redes sociais e gerava
engajamento suficiente para render monetização. A advogada responsável pelo
caso, Suzana Ferreira, afirmou que a cliente buscava regulamentar o convívio
com a “filha reborn”, dividindo direitos sobre o boneco com a ex-companheira. O
caso ganhou repercussão nacional e serviu de base para parlamentares argumentarem
a necessidade de legislação específica sobre o tema.
O debate extrapolou o campo
jurídico e invadiu os consultórios. Especialistas em saúde mental como a
psicóloga Melissa Tenório dos Santos apontaram que, em muitos casos, o apego
aos bebês reborn pode funcionar como terapia simbólica, especialmente entre mulheres
que enfrentaram perdas gestacionais ou traumas emocionais.Entretanto, também se
levantaram vozes críticas. O padre Chrystian Shankar, influente na Diocese de
Divinópolis (MG), recusou-se a batizar reborns e classificou o comportamento
como “caso de psiquiatria” — reacendendo debates sobre limites entre afeto simbólico,
religião e patologização do diferente.
A explosão midiática em
torno do tema é também sintomática de um cenário mais amplo: a hiperexposição
emocional promovida por redes como TikTok e Instagram. Os vídeos de “mães
reborn” angariam milhares de seguidores, likes e até monetização. Em resposta,
políticos surfam na indignação popular para capitalizar a visibilidade, como
mostram os projetos de lei em tramitação.
Trata-se, no fundo, de uma disputa simbólica sobre o que é “real” e o que é
“exagero”. Quem define o limite entre uma prática terapêutica e um
comportamento digno de sanção? A resposta, por ora, parece depender mais das
emoções do que de qualquer parâmetro legal ou técnico.
A polêmica dos bebês reborn
revela muito mais sobre o Brasil de 2025 do que sobre as bonecas em si. Expõe
fissuras sociais, precariedade emocional, ausência de políticas públicas
voltadas à saúde mental e uma profunda necessidade de pertencimento — mesmo que
projetada sobre um boneco de silicone. É
o tipo de controvérsia que, à primeira vista, parece cômica ou absurda, mas
que, ao ser dissecada, revela um país em busca de consolo, controle e sentido.
E talvez seja essa a função oculta das reborns: preencher vazios deixados por
ausências muito reais. Definitivamente, como dizia Tom Jobim, o Brasil não é
para amadores.Esmael
Morais – Jornalista e Advogado. Especialista em política nacional e bastidores
do poder. Desde 2009 é autor do Blog do Esmael. Fonte: https://www.esmaelmorais.com.br/polemica-bebe-reborn
📝 Atividades
1. (H10) O tema
principal do texto em estudo é a
a) comercialização de bonecas hiper-realistas no mercado brasileiro.
b) influência das redes sociais na valorização de brinquedos infantis.
c) produção de bonecas reborn no Brasil e sua importância econômica.
d) repercussão social e política do uso de bebês reborn por adultos.
2. (H4) Nesse texto, a
tese principal defendida pelo autor é que
a) esse fenômeno expõe questões emocionais e sociais do Brasil atual.
b) o uso de reborns é um modismo com impacto apenas no mundo virtual.
c) o uso de bonecas reborn é usado apenas para crescer perfis de redes socials.
d) as bonecas reborn devem ser banidas da sociedade brasileira.
3. (H9) No trecho:
“Definitivamente, como dizia Tom Jobim, o Brasil não é para amadores.” o autor
tem a intenção de provocar um efeito de sentido através de
a) um dado estatístico que comprova o aumento do número de usuários de bebês
reborn.
b) um argumento para defender o uso de bonecas reborn como prática terapêutica.
c) um tom irônico que critica a complexidade e imprevisibilidade dos
acontecimentos sociais.
d) uma paráfrase da opinião de políticos que se opõem ao uso dos bebês reborn.
4. (H4 / H11) Há uma
opinião em:
a) “Em resposta, parlamentares apresentaram pelo menos três projetos de lei
para proibir o atendimento preferencial…”
b) “A polêmica dos bebês reborn revela muito mais sobre o Brasil de 2025 do que
sobre as bonecas em si.”
c) “O caso ganhou repercussão nacional e serviu de base para parlamentares
argumentarem a necessidade de legislação…”
d) “As cenas, embora não confirmadas fora do contexto das redes sociais,
provocaram indignação popular…”
5. (H19) Em: “A
polêmica do bebê reborn no Brasil irrompeu este mês de maio como uma
centelha viral nas redes sociais…”, o trecho destacado utiliza uma
figura de linguagem como estratégia argumentativa denominada: a) metáfora. b) hipérbole. c) personificação. d) comparação.
6. (H21) Em:
“…revelou-se um espelho perturbador…” (1º parágrafo), o pronome destacado faz
referência
a) ao uso do bebê reborn. b) às questões sociais. c) aos embates jurídicos. d) à saúde mental.
7. (H9) No último
parágrafo do texto, o fragmento: “o Brasil não é para amadores.” é um exemplo
de
a) citação. b) paráfrase. c) eufemismo. d) intertextualidade.
8. (H10) Pode-se
inferir no texto que
a) o apego às bonecas reborn é uma prática terapêutica e recomendada por
profissionais da saúde.
b) o fenômeno dos bebês reborn pode estar relacionado a necessidades emocionais
da sociedade.
c) todas as pessoas que possuem bebês reborn têm algum tipo de transtorno
psicológico diagnosticado.
d) o uso das bonecas reborn é uma moda passageira sem qualquer vínculo com
questões emocionais.
9. (H23) A linguagem
predominante do texto é
a) regional, com foco em crítica social.
b) popular, com expressões informais.
c) culta, com marcas de oralidade.
d) técnica, com vocabulário jurídico.
10. (H15) Em: “Entretanto,
também se levantaram vozes críticas.”, o emprego da conjunção em destaque foi
empregado pelo autor visando introduzir uma
a) explicação. b) comparação. c)
contrariedade. d) justificativa.
11. (H20) No texto, a
maioria dos verbos empregados está no modo indicativo, especialmente nos tempos
passado e presente do indicativo. Esse tipo de emprego verbal no texto serve
para destacar
a) a incerteza e a possibilidade dos fatos apresentados.
b) a objetividade e a
certeza sobre os acontecimentos relatados.
c) a sugestão de hipóteses e condições futuras trazidas pelo autor.
d) a vontade ou desejo do autor sobre os eventos anunciados.
12. Para ampliar seu
vocabulário linguístico, localize no texto uma palavra que significa
a) comportamento incomum: ___________________ b) conjunto de roupas e acessórios:
_____________
c) discussão polêmica: _________________________ d) algo aprovado: ____________________________
e) diagnóstico doentio: _________________________ f) conjunto de leis:
____________________________
GABARITO DA ATIVIDADE 01
1. c) Discutir a situação
atual das bibliotecas e seus desafios.
2. b) O desinteresse
crescente por bibliotecas.
3. d) A preferência por
conteúdos digitais.
4. c) Fechamento ou
precarização das bibliotecas.
5. b) Um texto opinativo
com base em fatos.
6. b) Apresentar uma
crítica social sobre desigualdade.
7. c) Criticar a
valorização desigual entre humanos e animais.
8. c) Vive em situação de
invisibilidade social.
9. c) A desigualdade
social.
10. d) Texto
opinativo-informativo.
11. c) As consequências do
desaparecimento das abelhas.
12. d) A escassez
provocada pela ausência das abelhas.
13. b) A fragilidade do
ecossistema frente às ações humanas.
14. c) Um sistema em
falência.
15. c) Texto opinativo com
base científica.
GABARITO DA ATIVIDADE 02
1D / 2A / 3C / 4B / 5D / 6A / 7A /
8B / 9C / 10C / 11B /
12. a) Excentricidade.
b) Enxoval.
c) Controvérsia.
d) Sanção.
e) Patologização.
f) Legislação.
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